11/08/2025
Resolver problemas do cotidiano, analisar situações com lógica e tomar decisões com clareza são habilidades que dependem diretamente do raciocínio matemático. Para que crianças e adolescentes desenvolvam essas competências, é essencial que tenham contato frequente com atividades de matemática bem estruturadas e conectadas à realidade. Tornar a prática matemática parte da rotina é uma das melhores formas de garantir um aprendizado duradouro e significativo.
Mesmo alunos com bom desempenho escolar podem ter dificuldade em manter constância no estudo da matemática. Isso acontece porque, para muitos, a disciplina ainda é vista como algo distante ou difícil de aplicar fora da escola. Por isso, o primeiro passo é mudar essa percepção. Quando o conteúdo faz sentido e se mostra útil, o interesse cresce e o hábito se forma de forma mais natural.
A construção desse hábito passa por estratégias variadas. Resolver problemas contextualizados, participar de jogos educativos, explorar situações-problema e até assistir a filmes com temas matemáticos são formas eficientes de tornar o estudo mais atrativo. A diversidade de abordagens ajuda a alcançar diferentes perfis de estudantes, respeitando ritmos e estilos de aprendizagem.
Para os pais, incentivar o contato diário com a matemática em casa é uma contribuição valiosa. Situações como calcular o troco em uma compra, medir ingredientes de uma receita ou organizar um orçamento familiar são oportunidades práticas para exercitar o raciocínio lógico. Quanto mais a criança percebe que a matemática está presente no seu dia a dia, mais fácil será se engajar nas atividades escolares relacionadas.
Outro recurso poderoso são os jogos — tanto os de tabuleiro quanto os digitais. Eles desenvolvem o pensamento estratégico, a atenção e a concentração. Além disso, favorecem a convivência em grupo, o respeito às regras e a superação de desafios, ao mesmo tempo em que trabalham conceitos matemáticos de forma lúdica. “A matemática pode ser ensinada de forma prazerosa, e quanto mais sentido ela fizer na rotina do aluno, mais natural será o interesse em praticá-la”, observa Mariana Ribeiro, coordenadora do Ensino Fundamental Anos Iniciais da Escola Moura Jardim, de São Paulo (SP).
A tecnologia também oferece ferramentas que enriquecem esse processo. Aplicativos, plataformas adaptativas e jogos interativos permitem que o aluno explore diferentes níveis de dificuldade, receba feedback imediato e acompanhe seu próprio progresso. Além disso, aulas que integram programação e robótica podem ampliar a compreensão sobre lógica matemática de forma concreta e aplicada.
Outro ponto importante é respeitar a fase de desenvolvimento cognitivo da criança. A construção do raciocínio lógico acontece de forma gradual. Por isso, é necessário oferecer desafios adequados à faixa etária, com linguagem clara e progressão coerente de complexidade. A prática consistente, mesmo com atividades simples, contribui para o fortalecimento da atenção, da memória e da capacidade de análise.
Diversificar os tipos de atividades ajuda a manter o interesse. Situações-problema relacionadas ao cotidiano — como calcular o tempo necessário para uma viagem, analisar estatísticas de um jogo esportivo ou planejar uma compra — tornam a matemática mais próxima e útil. Gincanas e desafios em grupo também são excelentes recursos para estimular o pensamento crítico e a colaboração entre os alunos.
Além dos benefícios imediatos no desempenho escolar, a prática regular de atividades de matemática tem impacto direto na preparação para avaliações como o Enem. Entre os conteúdos mais cobrados estão grandezas proporcionais, estatística, aritmética, funções, geometria e probabilidade. A familiaridade com esses temas e com o formato das questões faz diferença na confiança e nos resultados.
Um exemplo são as questões que envolvem razão e proporção, presentes em contextos como receitas, escalas e mapas. Quando o aluno já vivenciou esse tipo de situação em sala de aula ou em casa, consegue resolver com mais segurança. Da mesma forma, interpretação de gráficos e tabelas, média e porcentagem são habilidades cada vez mais exigidas, não só nas provas, mas também em situações reais, como análise de preços, notícias e relatórios.
A aritmética, base da matemática, também deve ser constantemente revisitada. Operações com frações, números decimais, porcentagens e equações fazem parte da maioria dos exames e precisam estar bem assimiladas. Para alunos do Ensino Fundamental, desenvolver essa base com tranquilidade e constância é o que garante uma evolução mais sólida no Ensino Médio.
Outro campo que merece atenção é a geometria, com ênfase em áreas de figuras planas, volumes de sólidos e raciocínio espacial. Além das provas, essa habilidade é essencial em profissões que envolvem design, arquitetura, engenharia e artes visuais. Já em probabilidade, o aluno aprende a lidar com incertezas e tomar decisões mais fundamentadas — habilidade útil em diversas áreas da vida adulta.
Para além do desempenho acadêmico, praticar atividades de matemática com regularidade contribui para o desenvolvimento de funções executivas, como organização, planejamento, disciplina e resolução de problemas. Essas competências são essenciais na vida pessoal e profissional, e seu fortalecimento começa desde cedo, com o apoio de pais e professores.
Muitos alunos desenvolvem ansiedade diante da matemática por causa de experiências anteriores negativas. É importante que o ambiente escolar e familiar favoreça a autoconfiança, valorize o esforço e acolha os erros como parte do aprendizado. Atividades bem conduzidas, com desafios realistas e oportunidades de superação, ajudam a construir essa relação mais positiva.
Vale lembrar que o hábito não se forma do dia para a noite. É o resultado da repetição intencional de uma prática com sentido e propósito. Incluir a matemática em pequenas ações do cotidiano, propor exercícios criativos e oferecer apoio emocional são atitudes que, com o tempo, constroem segurança e fluidez no raciocínio.
Para que esse processo tenha sucesso, o acompanhamento é essencial. Observar as dificuldades, oferecer feedback e celebrar conquistas são atitudes que demonstram ao aluno que seu esforço tem valor. “Quando o estudante percebe que evoluiu graças à prática, ele se sente mais motivado a continuar e passa a ver a matemática como uma aliada no seu crescimento”, destaca Mariana Ribeiro.
Na prática, desenvolver o hábito de praticar atividades de matemática exige constância, paciência e envolvimento. A escola e a família precisam atuar em parceria, criando um ambiente que estimule a curiosidade, ofereça desafios adequados e valorize as pequenas conquistas ao longo do caminho.
Com dedicação e boas estratégias, a matemática deixa de ser vista como um obstáculo e passa a ser reconhecida como uma ferramenta poderosa de entendimento, análise e transformação do mundo à nossa volta. E esse olhar, quando cultivado desde a infância, acompanha o aluno por toda a vida.
Para saber mais sobre atividades de matemática, visite https://www.matific.com/bra/pt-br/home/blog/2021/07/05/como-desenvolver-o-racioc%C3%ADnio-logico-matematico-dos-alunos/ e https://www.todamateria.com.br/matematica-no-enem/