25/07/2025
Dificuldade para reconhecer letras, ler com fluência e compreender textos pode indicar a presença da dislexia, um transtorno de aprendizagem de origem neurobiológica que atinge crianças e adultos em diferentes intensidades. Embora afete principalmente a leitura e a escrita, a dislexia não está relacionada à capacidade intelectual e pode ser superada com acompanhamento adequado e estratégias pedagógicas específicas.
Muitas crianças disléxicas enfrentam obstáculos logo no início da alfabetização, como a troca de letras com sons semelhantes, dificuldade para formar palavras e lentidão para ler ou escrever. Essas dificuldades persistem mesmo com ensino regular e prática constante, exigindo atenção especial de pais e educadores. Em alguns casos, também podem surgir problemas para copiar textos, organizar ideias por escrito ou compreender enunciados.
“A identificação precoce da dislexia contribui para a adoção de práticas mais eficazes e acolhedoras, garantindo que a criança mantenha sua autoestima e seu entusiasmo pela aprendizagem”, afirma Katia Jardim, diretora da Escola Moura Jardim, de São Paulo.
Antes mesmo da alfabetização formal, alguns sinais já podem ser observados: dificuldade em memorizar músicas, aprender rimas, organizar sequências e atrasos na fala. Na fase escolar, a dislexia pode se manifestar de forma mais clara e, por isso, é importante diferenciar o transtorno de outras condições, como o TDAH ou o TEA, que também impactam o desempenho escolar, mas de formas distintas.
O diagnóstico é feito por uma equipe multidisciplinar, que pode incluir fonoaudiólogos, psicopedagogos, neurologistas e psicólogos. Como não existe um exame clínico definitivo, a avaliação baseia-se em testes específicos, histórico escolar e observações comportamentais. A partir disso, são traçadas as melhores formas de apoio.
Entre as estratégias que ajudam no processo de aprendizagem de crianças com dislexia, destacam-se o uso do método fônico, que reforça a relação entre som e letra, e o método multissensorial, que integra estímulos visuais, auditivos e táteis. Além disso, a adaptação do ambiente escolar, com tempo extra em avaliações e uso de materiais acessíveis, favorece o desempenho acadêmico.
Atividades lúdicas, como jogos da memória e leitura em voz alta, também contribuem para o desenvolvimento da fluência leitora e da autoconfiança. E, acima de tudo, o suporte emocional é indispensável. As crianças precisam ser encorajadas, valorizadas e apoiadas tanto pela escola quanto pela família.
Com o tempo, adultos disléxicos podem desenvolver estratégias próprias para contornar as dificuldades. Muitos se destacam em áreas que exigem criatividade, raciocínio visual e inovação. O mais importante é garantir um percurso educativo que respeite o tempo e o estilo de aprendizagem de cada criança, ajudando-a a atingir todo o seu potencial.
Para saber mais sobre dislexia, visite: https://www.ninhosdobrasil.com.br/dislexia-infantil e https://www.neurologica.com.br/blog/quais-sao-os-sintomas-e-opcoes-de-tratamento-para-dislexia-em-criancas/