23/07/2025
Cada uma das cinco áreas avaliadas no Enem gera uma nota individual com base em critérios técnicos definidos pelo Inep. As provas objetivas — Linguagens, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Matemática — são corrigidas com base na Teoria de Resposta ao Item (TRI), que busca medir o conhecimento real do estudante, evitando distorções provocadas por acertos ao acaso. Já a redação é avaliada por dois corretores, com nota máxima de 1.000 pontos.
A TRI leva em conta três fatores principais: o grau de dificuldade de cada questão, a capacidade de discriminação (ou seja, a habilidade da pergunta de diferenciar os estudantes mais preparados dos menos preparados) e o controle do acerto por chute. Isso faz com que dois candidatos que acertem o mesmo número de questões possam ter notas diferentes, dependendo da coerência de suas respostas com o padrão de dificuldade das perguntas.
No caso da redação, os avaliadores analisam cinco competências: domínio da norma culta, compreensão da proposta, organização das ideias, uso de repertório e elaboração de proposta de intervenção. Caso haja grande discrepância entre os avaliadores, um terceiro corretor é acionado.
“As notas do Enem não são médias simples de acertos, e entender esse cálculo ajuda os estudantes a traçarem estratégias mais eficientes de estudo”, afirma Marília Lima, coordenadora do Ensino Fundamental Anos Finais da Escola Moura Jardim, de São Paulo. Ela destaca ainda a importância de conhecer os critérios adotados por cada universidade, pois muitos processos seletivos utilizam pesos diferentes para cada área.
Para calcular a média geral, existem dois métodos comuns. O primeiro é a média aritmética, que soma todas as notas das cinco provas (incluindo a redação) e divide o total por cinco. O segundo é a média ponderada, usada por instituições que atribuem pesos diferentes a cada área do conhecimento. Por exemplo, uma universidade pode dar peso maior para Matemática em cursos de Engenharia ou para Redação em cursos de Comunicação.
As notas do Enem também são utilizadas em diversos programas governamentais. O SiSU seleciona alunos para universidades públicas com base exclusivamente na nota do Enem, enquanto o ProUni oferece bolsas parciais ou integrais em instituições privadas, desde que o estudante atenda aos critérios socioeconômicos e tenha média mínima de 450 pontos, além de nota diferente de zero na redação. Já o Fies utiliza a nota como um dos critérios para financiamento estudantil.
Além do Brasil, países como Portugal aceitam a nota do Enem para ingresso em instituições de ensino superior. Mais de 120 universidades portuguesas mantêm convênio com o Inep, com critérios próprios de seleção. Nesses casos, é importante consultar os editais das instituições e verificar as exigências de documentos, prazos e vistos.
Saber como a nota do Enem é composta permite que os estudantes planejem melhor sua preparação. Ao demonstrar coerência nas respostas e dominar os critérios exigidos na redação, é possível alcançar uma boa pontuação e abrir portas para diversas oportunidades acadêmicas. Para saber mais sobre a nota do Enem, visite https://vestibular.brasilescola.uol.com.br/enem/nota-do-enem.htm e https://www.gov.br/inep/pt-br/areas-de-atuacao/avaliacao-e-exames-educacionais/enem