04/06/2025
Um aluno que se destaca na música, outro que domina os esportes com facilidade e um terceiro que prefere observar a natureza em silêncio: todos eles têm perfis diferentes, mas igualmente valiosos. A teoria das inteligências múltiplas, desenvolvida por Howard Gardner na Universidade de Harvard, propõe exatamente isso — que não existe uma única forma de ser inteligente. Segundo ele, há pelo menos nove tipos distintos de inteligência, cada um com características e aplicações próprias.
A teoria surgiu na década de 1980 como uma crítica ao modelo tradicional de avaliação, centrado em testes de QI e em habilidades lógico-matemáticas e linguísticas. Gardner argumentou que a inteligência humana vai muito além disso e pode se manifestar por meio da música, da empatia, do contato com a natureza ou do uso do corpo, por exemplo.
A proposta ganhou espaço na educação justamente por valorizar diferentes formas de aprender. “Cada aluno tem uma combinação única de inteligências, e reconhecer isso ajuda a construir um processo de ensino mais acolhedor e eficiente”, afirma Marília Lima, coordenadora do Ensino Fundamental (Anos Finais) da Escola Moura Jardim, de São Paulo.
As nove inteligências descritas por Gardner são: linguística, lógico-matemática, espacial, corporal-cinestésica, musical, interpessoal, intrapessoal, naturalista e existencial. Cada uma está ligada a habilidades específicas. A inteligência interpessoal, por exemplo, está relacionada à capacidade de se comunicar e interagir com outras pessoas. Já a intrapessoal diz respeito ao autoconhecimento e à reflexão sobre os próprios sentimentos.
Na prática, isso significa que crianças que não se saem tão bem em matemática ou português podem demonstrar grande talento em outras áreas, como desenho, esportes ou empatia com colegas. Reconhecer essas inteligências não apenas amplia o olhar sobre as potencialidades do aluno, como também contribui para sua autoestima e motivação.
Para os pais, compreender essa teoria é uma oportunidade de observar os filhos com mais atenção, respeitando seus ritmos e formas de expressão. Um estudante com inteligência musical pode aprender melhor por meio de sons e ritmos; já outro, com inteligência naturalista mais aguçada, pode se engajar mais com atividades ao ar livre e ciências da natureza. Nenhuma inteligência é superior à outra — todas têm valor e podem ser desenvolvidas.
O conceito de inteligências múltiplas também oferece caminhos para escolhas futuras. Entender quais inteligências predominam em uma criança pode ajudar nas decisões sobre atividades extracurriculares, projetos escolares e até na futura escolha de carreira.
Para saber mais sobre inteligências múltiplas, acesse https://educador.brasilescola.uol.com.br/orientacoes/inteligencias-multiplasnovo-conceito-educacao.htm e https://www.inteligenciadevida.com.br/pt/conteudo/quem-e-howard-gardner-especialistas-em-educacao/