14/04/2025
Ações pontuais nem sempre são suficientes para combater o bullying. Quando um estudante sofre agressões repetidas, físicas ou emocionais, a solução passa por um conjunto de medidas consistentes, que envolvem a escola, a família e o próprio grupo de colegas. Ignorar ou minimizar o problema apenas contribui para o agravamento dos danos emocionais de quem sofre esse tipo de violência.
Mudanças bruscas no comportamento, queda no rendimento escolar e evitação de certas atividades são alguns dos sinais mais frequentes entre crianças e adolescentes vítimas de bullying. Em muitos casos, a vergonha ou o medo impedem que a vítima fale abertamente. Por isso, a escuta atenta e livre de julgamentos é um dos primeiros passos. “Muitas vezes, a criança não verbaliza o que sente, mas demonstra por atitudes que algo está errado”, afirma Katia Jardim, diretora da Escola Moura Jardim, de São Paulo (SP).
Após identificar o problema, é importante registrar os episódios de agressão e buscar ajuda da instituição de ensino. A escola deve ser um espaço seguro e preparado para lidar com conflitos. A abertura para o diálogo com os pais do agressor também pode ser necessária, sempre com o objetivo de restaurar relações e garantir a integridade emocional da vítima.
Além da intervenção pontual, estratégias de prevenção devem ser permanentes. Promover atividades que incentivem a empatia, a cooperação e o respeito às diferenças ajuda a reduzir a incidência de bullying. Dinâmicas em sala de aula, rodas de conversa e projetos sobre convivência são formas de criar um ambiente mais acolhedor.
A responsabilização dos agressores precisa vir acompanhada de orientação, para que compreendam o impacto de seus atos. Em muitos casos, o jovem que pratica bullying também enfrenta dificuldades emocionais e precisa de acompanhamento. Por isso, é importante não reduzir o combate ao bullying a medidas punitivas isoladas.
O apoio psicológico é fundamental tanto para vítimas quanto para agressores. Terapias individuais ou em grupo podem ajudar a resgatar a autoestima, fortalecer a segurança emocional e desenvolver habilidades de resolução de conflitos.
É também por meio da legislação que o combate ao bullying ganha força. A Lei 13.185/2015 estabelece o direito de crianças e adolescentes a um ambiente escolar livre de intimidações, e orienta sobre os procedimentos que devem ser adotados pelas instituições.
Com empatia, ações coordenadas e políticas firmes de prevenção, é possível reduzir os casos de bullying e oferecer às crianças e adolescentes um espaço mais justo e saudável para se desenvolverem plenamente. Para mais informações sobre bullying, acesse brasilescola.uol.com.br/sociologia/bullying ou www.unicef.org/brazil/blog/bullying-e-violencia-escolar