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menina com gatos -  Por que ter um animal de estimação pode transformar o desenvolvimento do seu filho

Benefícios dos animais de estimação no desenvolvimento infantil

12/11/2025

Crianças que convivem com cães, gatos ou outros bichinhos apresentam ganhos significativos em diversas áreas do desenvolvimento. Pesquisas científicas realizadas em diferentes países demonstram que a presença de um animal de estimação no cotidiano infantil vai muito além da companhia: trata-se de uma ferramenta poderosa para o amadurecimento emocional, social e até mesmo físico dos pequenos.

Um estudo conduzido pelo cientista japonês Machiko Minatoya, pesquisador da Eli Lilly nos Estados Unidos, analisou famílias que tinham cachorros e concluiu que os animais auxiliam no desenvolvimento da autoestima infantil, reduzindo níveis de estresse e ansiedade. A pesquisa ainda apontou que delegar responsabilidades básicas às crianças, como alimentar e passear com o pet, contribui significativamente para seu crescimento social.


Sistema imunológico mais forte desde cedo

A ciência trouxe uma descoberta que surpreende muitos pais: ter um animal em casa pode proteger as crianças contra doenças respiratórias e alergias. Uma pesquisa da Universidade de Kuopio, na Finlândia, comprovou que a convivência entre cães e crianças favorece o fortalecimento do sistema imunológico, reduzindo significativamente o risco de desenvolvimento de infecções e problemas respiratórios.

Contrariando antigas crenças, estudos publicados no Journal of Allergy and Clinical Immunology indicam que conviver com animais peludos, especialmente cachorros, ajuda a diminuir as chances de as crianças desenvolverem alergias e asma. O mecanismo funciona como um treinamento para as defesas do organismo: o contato com pelos, saliva e outras partículas relacionadas aos pets prepara o sistema imunológico para lidar melhor com agentes externos.

Essa adaptação ocorre porque o corpo infantil aprende gradualmente a processar substâncias que poderiam causar reações alérgicas. Alguns pesquisadores apontam ainda uma possível influência positiva na microbiota intestinal, o conjunto de micro-organismos essenciais para as defesas naturais do corpo.

Desenvolvimento emocional e habilidades sociais

Cuidar de um bichinho ensina lições valiosas sobre sentimentos alheios. Quando uma criança precisa observar se o animal está com fome, cansado ou querendo brincar, ela desenvolve naturalmente a capacidade de interpretar necessidades que não são verbalizadas. Esse exercício constante de atenção ao outro fortalece a empatia e a sensibilidade. "A convivência com um animal de estimação proporciona à criança uma oportunidade única de aprender sobre responsabilidade, cuidado e respeito de forma prática e afetiva", destaca Katia Jardim, diretora da Escola Moura Jardim, de São Paulo (SP).

Pesquisas realizadas no Japão e na Austrália identificaram que crianças com maior intimidade com animais apresentavam índices mais elevados de liderança e comportamento altruísta, segundo relatos de professores. O vínculo com o pet também ajuda a reduzir comportamentos agressivos e estimula maior integração social no ambiente escolar.

Para crianças mais tímidas ou com dificuldades de expressão, conversar com o animal funciona como um treino seguro para interações sociais. Contar como foi o dia ou compartilhar sentimentos com o bichinho, sem medo de julgamentos, pode melhorar gradualmente as habilidades comunicativas da criança.


Estímulo à atividade física

Dados da Associação Americana do Coração comprovam que ter um animal de estimação reduz o risco cardíaco, inclusive em crianças. A explicação está no estímulo natural à movimentação: brincadeiras com bola, corridas no quintal, passeios diários e outras atividades com o pet promovem exercício físico de forma espontânea e divertida.

O Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH) verificou que pessoas com cachorros apresentam melhor condicionamento físico e menor propensão à obesidade. Entre crianças, esse efeito é ainda mais relevante, considerando que a obesidade infantil tem atingido faixas etárias cada vez mais baixas.

Diferentemente de exercícios impostos, brincar com o animal acontece naturalmente, sem que a criança sinta como uma obrigação. Essa rotina ativa ajuda a criar hábitos saudáveis que tendem a permanecer ao longo da vida.


Como escolher o momento e o animal adequado

Especialistas recomendam que a adoção aconteça quando a criança demonstra maturidade para compreender que o animal não é um brinquedo, mas um ser vivo com necessidades próprias. Geralmente, essa consciência se desenvolve a partir dos quatro ou cinco anos de idade, mas cada criança tem seu próprio ritmo.

O tipo de animal deve se adequar ao espaço disponível e à rotina familiar. Cães demandam mais tempo para passeios e atividades, enquanto gatos costumam ser mais independentes, embora também necessitem atenção e cuidados com higiene. Peixes, coelhos e pássaros podem ser alternativas para famílias com menos disponibilidade de tempo ou espaço reduzido.

É fundamental avaliar honestamente se todos os membros da família estão dispostos a assumir o compromisso. O animal viverá muitos anos e precisará de dedicação constante, incluindo alimentação adequada, visitas ao veterinário, vacinas e carinho diário. Essa decisão não pode ser impulsiva.

Antes da adoção, convém verificar se há casos de alergia na família e considerar as necessidades específicas de cada espécie. Cães de grande porte, por exemplo, precisam de espaço amplo e exercícios intensos, enquanto animais menores se adaptam melhor a apartamentos.


Ensinando responsabilidade na prática

Incluir a criança nos cuidados diários funciona como escola de responsabilidade. Pequenas tarefas podem ser delegadas conforme a idade: crianças menores ajudam a encher o pote de água ou recolher brinquedos do pet, enquanto as maiores podem assumir a alimentação, os passeios e até acompanhar visitas ao veterinário.

"Ao participar ativamente dos cuidados com o animal, a criança desenvolve organização, cumprimento de rotinas e comprometimento com suas tarefas, habilidades que se estendem para outras áreas da vida", complementa Katia Jardim.

É essencial ensinar a forma correta de interagir com o bichinho: fazer carinho com gentileza, respeitar quando o animal quer descansar e entender que ele pode sentir medo, dor ou desconforto. Essa educação previne acidentes e garante uma convivência harmoniosa.

Pais devem supervisionar as interações, especialmente com crianças muito pequenas, e estabelecer regras claras sobre os limites do animal. Ensinar que cada espécie tem particularidades de comportamento e comunicação também faz parte do aprendizado.


Benefícios cognitivos e estímulo ao aprendizado

Crianças que convivem com animais frequentemente desenvolvem curiosidade sobre o mundo natural. Perguntas sobre alimentação, comportamento, habitat e características de diferentes espécies surgem naturalmente, estimulando o interesse por biologia e ciências.

Pesquisas da Universidade do Kansas, conduzidas pelo professor Robert Poresky, entrevistaram 88 famílias com crianças em idade escolar e constataram que aquelas que possuíam pets apresentavam níveis superiores de desenvolvimento cognitivo, social e motor em comparação com crianças sem animais.

O estabelecimento de rotinas relacionadas ao pet também promove habilidades de organização e planejamento. A criança aprende que o animal depende dela para se alimentar em horários regulares, precisa de higiene constante e merece atenção diária, o que exige estruturação do tempo e das tarefas.

Estudos indicam ainda que a presença de animais na rotina infantil libera ocitocina, hormônio associado à sensação de bem-estar e relaxamento. Esse efeito calmante ajuda crianças ansiosas a controlarem impulsos e a se sentirem mais seguras emocionalmente.


Considerações importantes antes de adotar

Embora os benefícios sejam numerosos, é preciso considerar também os aspectos desafiadores. Animais podem transmitir doenças se não receberem cuidados veterinários adequados, e algumas crianças podem ter reações alérgicas aos pelos. Consultar um pediatra antes da adoção é recomendável, especialmente se há histórico de alergias na família.

A perda do animal, seja por doença, idade avançada ou desaparecimento, pode causar sofrimento intenso à criança. Esse momento, embora difícil, também representa uma oportunidade de aprendizado sobre ciclos da vida, perdas e elaboração de luto, sempre com o apoio e a presença dos pais.

Os custos envolvidos merecem atenção: alimentação de qualidade, vacinas, consultas veterinárias, produtos de higiene e possíveis tratamentos médicos representam despesas mensais que a família precisa estar preparada para assumir ao longo de anos.

Ter um animal de estimação em casa pode ser uma experiência transformadora para crianças e toda a família. Os ganhos no desenvolvimento emocional, social, cognitivo e físico são comprovados por estudos científicos de diferentes países. No entanto, essa decisão exige planejamento, comprometimento e consciência de que se trata de uma responsabilidade de longo prazo. Quando bem conduzida, a convivência entre crianças e animais constrói memórias afetivas duradouras e contribui para formar adultos mais empáticos, responsáveis e conectados com o mundo ao seu redor.

Para saber mais sobre animal de estimação, visite https://www.dentrodahistoria.com.br/blog/familia/animais-de-estimacao-para-criancas/ e https://revistacrescer.globo.com/criancas/comportamento/noticia/2023/03/7-motivos-para-as-criancas-terem-um-animal-de-estimacao.ghtml

 


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